
A Polícia Civil da Bahia afirmou que a chacina com nove mortes em Mata de São João, na Região Metropolitana de Salvador, foi motivada por ciúmes e tinha inicialmente apenas uma pessoa como alvo. Contudo, a polícia preferiu não fornecer mais informações sobre o caso durante a coletiva na manhã desta terça-feira (29).
O crime ocorreu na manhã de segunda-feira (28) e, horas depois, um suspeito de envolvimento com a ação criminosa foi preso. O homem que a polícia aponta como mandante do crime foi morto em confronto com a polícia junto com outro suspeito nesta terça.
De acordo com a delegada Christiane Inocência Coelho, diretora do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), os quatro autores do crime fazem parte de uma facção criminosa — embora a delegada não tenha informado qual seria a organização.
Ela afirma, também, que não é possível divulgar os nomes das vítimas porque os corpos foram carbonizados e aguarda o resultado dos exames.
No entanto, a delegada aponta que o que motivou o crime foi o fato de o suposto mandante sentir ciúmes de uma das vítimas, que seria o ex de sua atual namorada. Este alvo foi identificado como Preá. Ele era procurado pela polícia e tinha mandados judiciais expedidos por lesão corporal, tráfico de drogas, homicídio e violência doméstica.
“Estamos trabalhando com [a hipótese de] crime passional e as diligências permanecem. Não posso informar nomes porque comprometeria o andamento das investigações, mas temos um alvo principal e um ‘alvo aleatório'”, disse a delegada, complementando que a polícia está em busca do quarto homem.
Sogra de mandante entre vítimas
A delegada explicou que até a atual sogra do mandante, de nome Cristiane, está entre as vítimas. Ela teria sido atingida porque o alvo principal, Preá, que é ex-namorado da filha, estava na casa dela. Ainda não se sabe o motivo de o ex-namorado da filha de Cristiane estar na casa dela.
Cristiane e Preá foram encontrados na casa incendiada junto de mais três crianças e dois adultos.
“Possivelmente, eram pessoas de uma mesma família nessa casa, mas só vamos ter certeza a partir dos exames. Os corpos estavam carbonizados, não terminou ainda o processo de identificação. Se não tem dados de identificação, não tem como termos nomes delas. Sabemos que são sete pessoas mortas na mesma casa, mas quem eram essas pessoas, só a perícia vai afirmar”.
No mesmo imóvel estava um bebê com idade entre um ano e meio e dois anos, que, segundo a polícia, foi poupado pelos criminosos e foi resgatado pelo pai. Não há informações do paradeiro do bebê e do pai. Não foi detalhado como ocorreu o resgate, nem o grau de parentesco dele com as outras pessoas no local.
Um adolescente de 12 anos também conseguiu escapar. Ele está internado no hospital com 50% do corpo queimado, de acordo com a polícia. Ele prestou depoimento ainda na segunda-feira, mas a delegada não divulgou o que o jovem teria dito sobre o caso.
As três crianças e o adolescente são irmãos da mulher que namorava o mandante do crime. Ela estava fora de casa quando o crime aconteceu e não teve nome divulgado.
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