Jean Carlos tinha apenas 16 anos. Samuel estava saindo de uma mercearia. Genilson tinha ido a um forró. Eliomar era pai de uma garotinha de dois anos. Evandro estava com a namorada. Gonzaga, o cabo da PM, só queria voltar para casa. A lista continua – e, com ela, cresce a quantidade de histórias interrompidas.
A lista sangrenta segue com nomes de 30 pessoas: todos homens, quase todos moradores de bairros periféricos de Salvador e da Região Metropolitana (RMS). A maioria era jovem; tinha idades entre 15 e 29 anos. E, como outros tantos que amargam as estatísticas da violência nos últimos anos, ficaram pelo caminho. Todos morreram entre sábado e domingo – o fim de semana que se tornou o mais violento do ano.
Entre uma morte e outra, o intervalo foi apenas de uma hora e 36 minutos. Isso mesmo: praticamente a duração de uma viagem de carro entre Salvador e Feira de Santana e metade do tempo necessário para assistir ao filme Titani